Quem sou eu
Arquivo do blog
Leitura Recomendada
-
testeHá um ano
-
Tomadas!!Há 6 anos
-
-
Baile de Mascaras em VenezaHá 8 anos
-
-
-
-
Facebook - Blog
Facebook - Agência
@ZipaoAventura 2013. Tecnologia do Blogger.
Marcadores
América do Sul
(3)
Argentina
(2)
Cachoeira
(7)
Camping
(3)
Camping Selvagem
(4)
Catarata
(2)
Dica
(6)
Feriado
(7)
Férias
(11)
MG
(5)
PR
(4)
Paraguai
(1)
Paranapiacaba
(3)
Parque
(11)
Praia
(4)
RJ
(7)
RMSP
(9)
RS
(5)
Rapel
(2)
SP
(20)
Top10
(2)
Travessia
(2)
Trilha noturna
(4)
Usina
(1)
Viagem
(8)
caverna
(2)
cidades
(18)
esporte de aventura
(3)
festas
(6)
hostel
(1)
interior
(7)
montanha
(6)
rafting
(1)
rio
(1)
serra
(7)
trilha
(14)
urbano
(6)
Seguidores
Pico dos Marins (SP)
Aproveitando que em maio começa a temporada de inverno aqui no Brasil (para o período de chuvas fortes e começa a ficar um tempo mais seco), hora de falar de uma das mais impressionantes montanhas do estado de São Paulo, o Pico dos Marins. Ele se localiza na cidade de Piquete, no Vale do Parnaíba, próximo a cidade de Lorena. Esta cidade faz parte do circuito da Estrada Real - Caminho Velho.
O Pico dos Marins é uma propriedade particular que fica dentro do mosaico ecológico da Serra da Mantiqueira e devido a legislação não se pode construir nada lá em cima, então o caminho começa no pé da montanha onde tem a base dos Marins e quem cuida de todo esse espaço é o seu Milton. Ele é super legal e está lá pra ajudar a todos que precisem.
DICA: Leve água. Em todo o percurso não há fonte de água potável, ou seja, dependendo de quanto tempo vai ficar e do tamanho da sua sede, leve água suficiente mas cuidado com o excesso de peso. Eu levo cerca de 4,5 litros de água para dois dias e vou racionando para não ficar sem.
E enfim chegamos a nossa primeira parada: o Morro do Careca. Este local é uma pedra com uma boa vista para o pico e para o vale que se estende até a cidade. Hora de repor um pouco das energias, se hidratar, descansar, tirar a foto oficial da trilha, aproveitar um pouco a vista e depois começar a trilha. Mas como assim começar a trilha? Você chegou até o Careca, parabéns, pois é aqui que começa realmente a trilha.
Logo de cara temos o primeiro desafio, uma longa subida com muita areia e terra seca, que pode levar muitos a escorregar se não tomar muito cuidado. E o sol não vai ter dó e nem piedade na subida que apesar de cansativa já começa a dar um gostinho da vista que te espera.
Primeira parte superada, hora de seguir pelo topo do morro. Por causa da grama alta deve-se tomar o dobro de cuidado, pois há várias bifurcações e manter distância do grupo pode ter como resultado alguns perdidos. E isso não vai ser legal, porque vai fazer o grupo todo perder tempo até achar.
Nada melhor do que ao subir uma montanha e encontrar uma bela, longa e inclinada laje (uma rampa de pedra, normalmente bem aderente, mas é inclinada). Você para na frente dela e pensa "Fudeu!", até a hora de começar a subir por ela. Tudo nesta parte se resume em apenas uma coisa: confiança, seja na pessoa que está na frente, do lado, atrás, e principalmente em você mesmo.
DICA: Não pare de subir. Engata a segunda, inclina o corpo pra frente e continua num pique só. Se você precisa de um mantra pra repetir, deixo o meu favorito: "Aderência no pé e vai com fé." É bem útil pra quem precisa de confiança em si mesmo e no equipamento pessoal.
Quando você pensa que acabou, a subida continua por mais um tempo, mas desta vez bem mais tranquila. Você passa por muita grama alta, o que pode te deixar um pouco irritado por não conseguir ver o que está acontecendo na sua frente. É um pouco frustante isso, aí você olha pro lado e tudo fica bem.
DICA: Não seja orgulhoso. Nem sempre você ira conseguir o apoio necessário para subir. Se alguém oferecer ajuda, aceite! Ser orgulhoso na montanha não é seguro para você, não é uma decisão inteligente, é arriscado para o grupo, e só pode causar problemas. E se você pode ajudar alguém, ofereça somente se puder garantir a segurança de ambos. Seja inteligente!
Porque depois de uma vida de cabrito montês hora de uma pequena escalaminhada. É uma subida bem curta (5 à 7 metro) entre uma fenda com algumas agarras (lugar pra segurar) escondidas. Senti um medo tremendo de subir a primeira vez, mas logo depois deste desafio vencido, nada melhor do que sentar em uma pedra e descansar um pouco admirando a paisagem da Serra da Mantiqueira.
Trecho superado hora de continuar a subida. Esse trecho consegue ser bem tranquilo, pois só exige atenção para não tropeçar em nenhuma pedra ou totem pelo meio do caminho. Falando nisso os totens são muito importantes nesse trecho pois indicam com segurança a direção a ser tomada por quem sobe a montanha.
DICA: Os totens não são meros monte de pedra, são verdadeiros guias pelos diversos caminhos em qualquer montanha que se vá. Não desmonte eles ou faça outro sem necessidade pois você está colocando a vida de outras pessoas em risco com essa atitude.
Seguindo os totens você passa por um pequeno curso d'água, não é recomendado o consumo dela. Tem uma bela placa mostrando a falta de qualidade para o consumo imediato, mas é claro que numa grande emergência (e munido de Clorin) não quebre o galho para a descida, mas evite ao máximo. O piriri nesse situação é quase certo.
Vamos que vamos!!! Esse trecho é uma longa subida, mas a essa altura do campeonato e do esforço feito você acaba fazendo tudo bem alegre (e exausto) por estar quase onde se vai levantar acampamento e finalmente tirar a mochila das costas, comer algo gostoso a "là montanha" e descansar o sono dos justos.
Porque
acordar tão cedo? Não tem graça subir a montanha e não ver o
maior espetáculo de camarote. A coisa é simples: levantar antes do
nascer do sol e subir o restante da montanha. A rocha esfria durante
a noite então é necessário uma proteção nas mãos, pois o trecho
final é u,a bela escalaminhada rocha a cima. Quando você olha pra
ela pensa que vai ser difícil a subida, mas acaba se revelando bem
mais fácil do que se parece. Não sei é porque estamos sem a
cargueira ou qualquer coisa do gênero mas levamos pouco mais de 20
minutos pra finalmente chegar ao cume.
Reflexões terminadas e muitas fotos depois hora de voltar pra barraca e para tal, descer a montanha. Não é algo fácil de se fazer, pois quando subimos estávamos de frente pra montanha e estava escuro, mas agora, estamos de costas pra montanha e com o dia claro. A dificuldade aumenta pra descer e você fica se perguntando "Como eu subi isso?" e não achei melhor termo pra situação do que subir na forma de aranha. E pra descer? Não há muitas escolhas: você confia na aderência do seu pé ou desce com o auxilio do quinto apoio (bumbum no chão). Eu fiz um belo mix dessas técnicas. Haha.... foi divertido pra caramba. E não foi a ultima vez que usei esse mix.
De volta ao acampamento é hora de tomar um bom café da manhã reforçado pra dar mais energia na descida e novos dotes culinários são revelados. Nada de coisa simples não, teve direito a pão com manteiga, geleia, suco, chá, bolachas, bolos, café com leite... uma boa forma de engordar e reter energia. Satisfeitos e com energias repostas é hora de arrumar toda a bagunça. Enrolar todas as barracas, ver o estoque de água e principalmente recolher todo e qualquer lixo. Sempre tem aquele porquinho que deixa uma tampa aqui, uma lata acolá e vamos descer a montanha levando o lixo que for sendo encontrado pelo caminho para preservar a montanha limpa para todos que voltarem!
DICA: Durante a descida é a hora de se ter muito mais cuidado onde se pisa pois apenas um escorregão pode terminar em uma bela escorrega da montanha à baixo. Não vai ser legal pra ninguém. Se não estiver seguro de onde está colocando o pé, use e abuse do quinto apoio. Mais vale rasgar uma calça do que a possibilidade de se machucar muito.
Não vou falar sobre a descida porque vai ficar muito mais longo do que já está e não quero fazer ninguém dormir ou parar com a leitura, então vou partir logo para o final da história.
Depois de descer toda a montanha, você só pensa em duas coisas: sentar e beber algo gelado. O sol castiga durante toda a descida, afinal não tem nenhuma árvore no meio do caminho para se proteger. Depois de descansar um pouco, a fome começa a apertar e vamos até um restaurante que tem próximo da entrada de Piquete e lá vamos finalmente ter uma refeição bem farta, apesar de já ser 16h. Mas quem liga pra hora quando a fome aperta, não é?
Esse post foi mais longe do que eu previa, espero não ter cansado vocês!
Marcadores:Camping Selvagem,interior,montanha,serra,SP